23 de maio de 2024
Liderança Humanizada na Era da Transformação Corporativa
Vivemos em uma era de constantes transformações, onde as empresas enfrentam desafios cada vez mais complexos. Nesse cenário, a liderança humanizada emerge como uma abordagem crucial para o sucesso das organizações. Este artigo explora as nuances da liderança humanizada, suas aplicações no mercado atual, e destaca projetos exemplares da Avante, uma empresa de assessoria que abraça essa filosofia.
“A liderança humanizada representa uma mudança de paradigma no mundo corporativo contemporâneo. Com a evolução da sociedade, as empresas perceberam a necessidade de reconhecer a importância das emoções e bem-estar no ambiente de trabalho. Líderes humanizados não apenas compreendem as diferenças individuais, mas também reconhecem que práticas autoritárias já não são eficazes. Em vez disso, eles colocam o ser humano no centro das decisões, promovendo uma cultura organizacional saudável”, explica Benito Pedro Vieira Santos, CEO da Avante Assessoria.
Ele detalha que a personalização é a chave na implementação de liderança humanizada. Não há uma fórmula pronta; cada empresa é única, e as soluções devem ser adaptadas às suas características. A escuta atenta e a adaptação constante são essenciais para atender às demandas em um processo contínuo de melhoria interna.
Embora para muitos a figura do líder passe por um certo distanciamento e/ou até mesmo blindagem dentro das empresas, o fato é que eles assumem muitas responsabilidades e com elas as altas cobranças passam a fazer parte da rotina. Já dá para imaginar que a médio e longo prazo é preciso também olhar com atenção para eles, principalmente considerando que as principais decisões partem de cima para baixo, o desempenho e ações que não prezam pelo controle emocional pode afetar e muito os comandados.
“Sim, os líderes também passam por momentos ruins, por dificuldades, não estamos falando aqui de super-homens e mulheres. De novo, sempre será um ser humano que erra, acerta, fica feliz, triste, preocupado. Não existe mais espaço para criar ou investir em personagem que só contribuem para fortalecer esse imaginário que não condiz com a realidade”, alerta Benito Pedro.
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Estadão e realizada pela The School of Life, organização focada em inteligência emocional, em parceria com a Robert Half, de recrutamento executivo especializado:
- 37% dos gestores afirmam não ter tempo para cuidar da própria saúde e bem-estar.
- 65% deles diz não acreditar que os chefes em cargos superiores estão preparados para acolher queixas de saúde mental.
- Dos 387 líderes consultados, 44% admitiram ter deixado de produzir ou de se manter engajados em algum momento por estarem emocionalmente abalados.
Tanto os números quanto a percepção dos especialistas nos indicam que ainda há muito a ser feito do sentido de desmistificar alguns tabus e, principalmente, permitir que profissionais que ocupam altos cargos possam ser ouvidos, sem julgamentos ou que isso seja visto pelos demais como suas fraquezas. Quando todos trabalham juntos, alinhados, se respeitam e se cuidam, os resultados são mais positivos e todos se beneficiam, inclusive a própria empresa.
O CEO da Avante conta que como a empresa é especializada em reestruturação de empresas, ele vê nesse ambiente um ponto ainda mais importante para a humanização da liderança.
“Na prática a liderança humanizada é o primeiro passo para a reestruturação de empresas em dificuldades financeiras. Nesses casos, temos que atuar ajudando a empresa a encontrar soluções para enfrentar os problemas e se recuperar. No entanto, em vez de adotar uma abordagem autoritária e focada apenas nos resultados financeiros, se mostra necessário valorizar a importância das pessoas nesse processo”, explica Benito Pedro.
Por outro lado, mesmo em empresas capitalizadas e com bons resultados financeiros, a liderança humanizada também é aplicada. Sendo fundamental reconhecer que o sucesso a longo prazo de uma organização não depende apenas de números, mas também da satisfação e engajamento dos colaboradores.
Mas é importante enfatizar que existem erros. O maior é não olhar para dentro, escutar seu time e os feedbacks que recebem. E, claro, é fundamental que os líderes estejam abertos a mudanças e trocas. No atual mercado, não há mais espaço para autoritarismo, hierarquias duras e que distanciam as pessoas. Quando você ouve, entende o que precisa ser feito. Aí é encontrar a melhor forma da empresa para fazer. Quando todos estão felizes e realizados, os resultados tendem a ser potencializados.
Ambiente humanizado além da liderança
Além das lideranças humanizadas, as empresas precisam de uma visão 360º da humanização de seus ambientes. Por isso, muitas estão compreendendo a necessidade de mudanças. Investir em ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa), Governança Corporativa e criar ambientes saudáveis tornou-se essencial. Líderes visionários entendem que uma empresa atrativa é aquela que cuida de seu time.
Essa é agora uma obrigação, não uma opção, haja vista que o aumento de casos relacionados à saúde mental preocupa. “Faz parte dessa humanização investimentos buscando dar suporte psicológico e financeiro a esses líderes. Com esse objetivo as empresas estão adotando medidas práticas junto às lideranças, incentivando terapias e fornecendo suporte financeiro. Criar um ambiente saudável tornou-se crucial para o desenvolvimento de uma liderança que se torna capaz ainda de ajudar a enfrentar a ansiedade, depressão e burnout dentro das companhias. Ações que promovam o bem-estar são fundamentais para enfrentar esses desafios”, explica Tatiana Gonçalves, sócia da Moema Medicina do Trabalho.
Duas importantes preocupações dentro de uma empresa e que devem ser enxergadas com atenção nesse cuidado com líderes são a medicina e a segurança do trabalho, mas que muitas vezes são confundidas, podendo comprometer não só as atividades exercidas. As duas áreas são não apenas complementares, mas também obrigatórias e previstas nas leis trabalhistas.
Ainda sobre o tema Tatiana Gonçalves, sócia da Moema Medicina do Trabalho, explica que é preciso mudar a postura em relação a essas duas importantes preocupações.
A humanização das empresas e de suas lideranças não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas prosperarem na era da transformação. São precisos projetos inovadores, destacando que colocar as pessoas no centro das decisões é o caminho para o crescimento sustentável e o bem-estar no ambiente corporativo.