17 de março de 2022
IPO é uma boa alterativa para investir?
Hoje são muitas as empresas que já possuem um objetivo claro para o futuro, fazer um IPO, esse termo que pode ser comum para os investidores ainda traz muitas dúvidas e a principal é: vale a pena fazer ou investir nessa ação?
O primeiro passo para responder essas dúvidas é entender do que se está falando, segundo a sócia da Braúna Investimentos, Carollyne Mariano. O IPO, termo em inglês para “Initial Public Offering” ou Ofertas Iniciais de Ações em português, é a primeira vez que uma empresa receberá novos sócios, ou seja, abrirá seu capital ao Mercado. Para os investidores, traz mais opções de investimentos na Bolsa Brasileira.
Fato é que essa abertura de capitais cresceu em 2021, em comparação com 2020. Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foram ao todo 52 ofertas no último ano, que movimentaram R$ 54,9 bilhões. Destas 30 ofertas do tipo primária (R$ 35,9 bilhões) e 22 do tipo secundária (R$ 18,9 bilhões). Em 2020 foram 45 IPOs, dos quais 25 foram ofertas primárias, com movimentação de R$ 26,1 bilhões, e 20 ofertas secundárias, com volume total de R$ 18,4 bilhões.
E engana-se que imagina que esse crescimento foi um fato isolado de 2021, pois a onda de novatas desembarcando no mercado de ações deve só crescer, com mais empresas buscando essa prática.
Para as empresas a realização da abertura de capital, por mais que possa representar em uma descentralização da gestão pode trazer resultados muito positivos na gestão do negócio e tem como objetivo principal captar recursos para realizar investimentos, ou seja, fazer o negócio crescer.
Já para o investidor que já tem o costume de investir na Bolsa de Valores, o IPO pode representar a oportunidade de comprar ações em um momento estratégico e lucrar com o crescimento da empresa.
Mas, será que investir nesse tipo de ação é realmente uma boa e garantia de rentabilidade? “É bem importante analisar cada emissão, em qual setor a empresa está inserida, resultado operacional dela. Enfim, analisar o que as casas de recomendação dizem para tomar uma decisão mais assertiva”, explica Carollyne Mariano.
Para saber as melhores oportunidades de IPO nos próximos semestres é preciso pragmatismo e pouca paixões por marcas, minimizando riscos de frustrações. “Em geral, os IPOs são protocolados e passam pela análise da CVM, ainda teremos bastante emissões nesse ano.”, detalha a sócia da Braúna.
Com as idas e vindas de mercados muitas pessoas ficam com medo de armadilhas que podem ocorrer nesse tipo de ação, mas é preciso calma e se não conhece esse mercado, buscar auxílio de especialistas.
“Não existem armadilhas, se for feita uma aprofundada pesquisa prévia, mas existem empresas que abrem o capital e por algum motivo decepcionam o mercado, ou pelo preço ou pela demanda, ou pela emissão, as vezes é o acionista vendendo participação para colocar dinheiro no bolso e não para reinvestir no próprio negócio”, analisa Carollyne Mariano.
Um ponto muito relevante em um IPO é que por mais que se saiba que eles vão ocorrer, não é possível um cronograma exato dessas práticas para o investidor se programar, sendo que os investidores interessados recebem o prospecto pouco tempo antes do início das reservas.
“Você tem a informação que vai haver o IPO, mas o prospecto chega pouco tempo antes. A única forma de ter preferência é fazendo a reserva com lock-up”, explica o educador financeiro Reinaldo Domingos.
O que é Lock-up do IPO? É a cláusula contratual conhecida como lock-up, que impede a venda dos papéis de uma empresa em um prazo estabelecido. Dessa forma, a empresa consegue impedir a especulação nos primeiros dias após o lançamento das ações no mercado.