20 de abril de 2022

Golpe do Reality Show aproveita dos sonhos das vítimas

 

O sonho de participar de um reality show pode se transformar em um grande problema para as pessoas, pois criminosos estão utilizando do recrutamento nesses programas para aplicar golpes financeiros. É o chamado golpe do reality show.

Um caso recente aconteceu com o influencer digital Felippe Ferreira, que por meio de um amigo recebeu o contato de uma promotora de eventos, que proporcionaria a participação em um reality show chamado Mansão Digital, em um canal de streaming.

Como o influencer já tinha feito teste para o Big Brother Brasil, mas, não tinha sido selecionado, achou interessante participar. O suposto programa ofereceria ao ganhador o prêmio de R$ 1,2 milhões e outros prêmios de R$ 10 mil. Porém, a partir daí que começaram os problemas.

Segundo a retórica dos golpistas, para participar do programa seria necessário pagar uma ‘taxa de patrocínio’ no valor de R$5 mil reais, que seriam repassados para uma “ONG Animal”. Com uma estrutura bem-preparada para o golpe, o influencer acreditou nessa situação e fez a transferência.

Contudo, sete dias depois do pagamento, na data que estava programada a viagem para a referida mansão no Rio de Janeiro, a suposta organizadora do evento parou de responder as mensagens. A partir desse momento se teve a percepção do golpe do reality show que estava ocorrendo.

A vítima agora fez um Boletim de Ocorrência e está em busca do ressarcimento dos valores. Além, é claro, da frustração de não participar do programa e de ter sido vítima de uma ação criminosa.

“Esse golpe do reality show é apenas um de muitos que temos observado no mercado, mas pelo que pude observar, teve muitas pessoas como vítimas. Os estelionatários entendem os anseios das pessoas e se aproveitam de suas fraquezas para tirar dinheiro. O complicado é que depois do ato consumado é muito difícil reaver os valores”, explica Afonso Morais, CEO da Morais Advogados, empresa associada ao Grupo Alliance.

Ele lembra que muito dos golpistas usam de nomes falsos, e que o primeiro ato que deve ser feito ao perceber o golpe é procurar a polícia e fazer um Boletim de Ocorrência. Com isso, em mãos terá início o processo judicial para busca do ressarcimento. Que parte do princípio de localizar os estelionatários.

“Nunca se deve confrontar os golpistas, os riscos são grandes. No caso de golpe, o melhor caminho é a prevenção, antes de assinar qualquer contrato e fazer qualquer ação que envolva valores, as pessoas devem estar certas de que não existem riscos. Pesquisar na internet por assuntos relacionados, conferir informações de pagamento e pedir garantias”, informa Afonso Morais.

“Infelizmente os golpes são rapidamente renovados e todos nós extamos expostos, as novas ferramentas como PIX, WhatsApp e redes sociais potencializaram as ações de pessoas que se escondem por trás das fragilidades criadas. Por isso, vemos uma explosão de golpes, ou seja, toda atenção tem que ser redobrada, não acreditando em nada que seja muito simples”, finaliza o CEO da Morais.