16 de maio de 2019
Produtividade, o caminho para reconstrução
Muito se lê nas mídias relacionadas às empresas fórmulas ‘mágicas’ financeiras para que as empresas se salvem caso estejam atravessando um período de crise. Com certeza essa preocupação deve existir não é um fator único.
Uma Pesquisa Demografia de Empresas, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, aponta que cerca de 713,6 mil empresas foram fechadas naquele ano.
Porém a pesquisa que problemas financeiros, inadimplência, falta de linha de crédito, capital de giro, respondem apenas por 25% dos fechamentos. Os outros 75% enfrentaram outros problemas que estão mais relacionados às questões produtivas.
A visão é compartilhada por Benito Pedro Vieira Santos, diretor da Avante Assessoria Empresarial. “Normalmente o problema de uma empresa em dificuldades não está no Departamento Financeiro e sim na operação, em especial na área produtiva que é onde se concentra a maior parte da mão de obra e dos processos que consomem recursos. Quando se produz de maneira ineficiente e com baixa produtividade o reflexo é direto na tesouraria, criando uma ilusão que mascara a realidade, levando o empresário não perceber o verdadeiro motivo de suas aflições”.
Como se pode observar, pelo peso do custo que o processo produtivo tem na operação e pelo valor imobilizado em tecnologia produtiva, seria razoável colocar o que há de melhor em gestão nesse setor. Porém, devido às dificuldades de operação no cenário nacional, encontramos mais pessoas atuando no financeiro do que na engenharia.
O que deveria ser a atividade fim de uma empresa, por causa da conjuntura financeira torna-se secundária, levando a operação à obsolescência pela falta de investimento em novas tecnologias e aumento da produtividade.
Hoje são muitos problemas enfrentados pela área produtiva de uma empresa, mas o principal erro é permitir a deterioração e obsolescência da fábrica, dos equipamentos e dos processos produtivos. A despreocupação no investimento em tecnologia e na modernização dos processos são, basicamente, os principais vilões.
Porém Benito Pedro exemplifica outra série de erros que contribuem com a deficiência da área produtiva:
- A falta de investimento na manutenção preventivado parque fabril. Alguns Gestores optam pela manutenção corretiva que acaba por se mostrar mais cara, mais ineficiente e muito arriscada.
- A falta de atenção ao quadro funcional. Em qualquer ramo de atividade empresarial são as pessoas que realizam as tarefas, portanto, sendo ou não empresas de alta tecnologia, indústria ou serviço, o ser humano ainda deve ser o centro das atenções.
- Não perceber que a luta por produtividade tem sua importância minimizada, esquecendo que não há lucro sem produtividade.
- Baixos índices de qualidade, frequentes interrupções da produção por problemas técnicos ou por paradas desnecessárias e mal programadas, além de desperdício de recursos materiais e funcionais.
- Falta de monitoramento e de ações preventivas. As indústrias, de modo geral, se deterioram dia após dia e a competência está na capacidade do empresário prever correções em manter o investimento em dia.
Caminho é acompanhar
Para o diretor da Avante o monitoramento e a manutenção preventiva é a maneira mais inteligente de evitar perdas por parada de produção. A receita é simples, eficaz e aplicada com sucesso há mais de um século.
A eficiência está na medição dos resultados e no adequado tratamento das causas dos problemas encontrados, acompanhados de treinamentos contínuos dos profissionais envolvidos e nos métodos de análise.
É importantíssimo medir os resultados, compará-los a um padrão pré-estabelecido, tomar as ações necessárias para a correção dos resultados e, na sequência, voltar ao início do processo repedindo o ciclo continuamente.
Outro ponto é que, a princípio, um plano de investimentos em tecnologia é essencial para viabilizar o negócio. Na falta de recursos para este investimento, a terceirização pode ser uma excelente opção. Deve-se procurar migrar parte ou todo o processo produtivo com empresas tecnologicamente mais preparadas.
Um fator muito importante também é o investimento em materiais e insumos produtivos.
Processos produtivos eficazes
O objetivo final de uma empresa deverá ser a existência de processos de produtividade realmente eficazes. A primeira dimensão a ser analisada é a capacidade de investimento, com base em um bom projeto e que defina claramente qual o resultado se pretende alcançar.
Há fábricas no Brasil que são referências de produtividade, mesmo quando comparadas a subsidiárias em outros países. Hoje há equipamentos com valores bastante razoáveis, pessoas capacitadas disponíveis no mercado e empresas capazes de realizar o processamento de quase qualquer coisa.
A análise dos competidores e a análise do mercado consumidor não só devem influenciar no estabelecimento dos objetivos financeiros, como também no projeto dos sistemas produtivos apropriados.
Uma fábrica bem gerida e moderna consome boa parte dos recursos de uma empresa, porém, por outro lado, pode vir a ser um excelente cartão de visitas, refletindo em bons clientes, saúde financeira e acionistas e funcionários satisfeitos.
O sucesso está no estudo de um projeto adequado, passando pela definição do que queremos ter em uma empresa, quanto vamos vender e se alguém faz melhor e/ou mais barato que nós. Não devemos ter apego emocional. Se alguém faz melhor e é economicamente mais viável, terceirizar é o caminho.
“Steve Denning, autor do chamado “O Ciclo PDCA”, teve a eficácia de seu sistema de solução de problemas e melhoria contínua comprovada durante décadas na indústria. Tecnologias para otimização da produção, para investimentos em processos produtivos estão disponíveis no mercado oferecendo inteligentes e eficientes soluções”, explica o diretor.
Assim, cabe ao empresário estar aberto às novidades, mantendo um networking ativo em busca de informações e conhecimentos e, principalmente, aceitar sempre a ajuda externa.
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