4 de fevereiro de 2015

A importância de uma boa gestão de fluxo de caixa para o empreendedor

 

Um ponto que todo o empreendedor deixa para segundo plano em seu negócio e é um dos principais ocasionadores do endividamento nas empresas: a necessidade de possuir um fluxo de caixa que permita segurança para ações tomadas.

Como aponto, juntamente com o grande mestre Irani Cavagnoli, na obra Papo Empreendedor, o fluxo de caixa é uma importante ferramenta de controle, análise, avaliação da segurança financeira do negócio e de poupança de recursos, fornecendo ao empreendedor uma estimativa das necessidades futuras de recursos e/ou como e quando será aplicado o excedente de caixa.

Quando não ocorre essa gestão eficaz do fluxo de caixa, o resultado é uma situação insustentável, caracterizada pelo frequente financiamento das necessidades de caixa com recursos oriundos de empréstimos bancários. A prática de “rolar” as dívidas por períodos prolongados exige que o empreendedor siga o calvário diário de mendigar aos gerentes dos bancos credores a renegociação dos débitos.

Também ocorrem situações ainda piores, nas quais empreendedores recorrem a modalidades de financiamento pouco aconselháveis, como o uso de recursos pessoais obtidos com o cheque especial ou cartões de créditos, que geram elevadas despesas financeiras até se depararem com uma situação precária.

Portanto, o principal objetivo da gestão do fluxo de caixa é oferecer ao empreendedor dados para a tomada de decisões financeiras, estimando as faltas ou o excesso de dinheiro em caixa, relacionado com:

• As atividades de compra, transformação de insumos e venda de produtos/mercadorias e/ou serviços, funções básicas de qualquer de negócio;
• Os investimentos em ativos fixos e capital de giro;
• O aporte de recursos realizados pelos proprietários bem como a sua remuneração;
• As aquisição ou amortizações de empréstimos bancários;
• O pagamento de tributos (impostos, contribuições e taxas);
• A formação de uma poupança.

Com isso, o empreendedor deverá identificar as fontes de recursos para cobrir as faltas ou aplicar os excedentes de caixa nas opções de investimento de maior retorno e menor risco, sempre preservando a capacidade de pagamento em dia das dívidas assumidas.

Finalmente deve-se efetuar o controle orçamentário, comparando o fluxo de caixa real com o planejado no orçamento, permitindo a identificação e avaliação das diferenças ocorridas, suas causas e a adoção de medidas, visando corrigir os desvios encontrados.

Com isso, os riscos de endividamento de um negócio se tornam muito menor e, principal, se ganha fôlego para que se possa investir no crescimento do negócio, abrindo novas frentes. Enfim, deixar para segundo plano o fluxo de caixa é uma falha que empaca o crescimento e pode até mesmo levar à falência.