16 de fevereiro de 2024

2024: tendências e desafios do mercado

 

Em 2023, infelizmente, o que não faltaram foram notícias de empresas fechando, recorrendo a recuperação judicial, além de previsões que passam pela necessidade contínua de revisão de projeções e expectativas para o mercado nacional e internacional. Os motivos que justificam tantas oscilações e até mesmo “surpresas” estão diretamente relacionados as guerras e ao pós-pandemia que ainda tem cobrado altas faturas dos empresários mundo a fora.

Em meio a tantos desafios que já eram conhecidos, e até mesmo esperado pelos empreendedores, somados a essa receita que exige cautela, ainda estão o avanço do uso de novas tecnologias e inteligência artificial em todos os setores, o que impacta diretamente o funcionamento das empresas, bem como no relacionamento e adaptação dos colaboradores.

Considerando apenas essa introdução, não é difícil imaginar também porque grandes grupos têm ajustado o número de lojas e adotado discursos alinhados com as novas exigências da economia e dos próprios consumidores/clientes, revendo projeções. Por tudo isso, é preciso estar atento as tendências que prometem agitar o próximo ano.

No mundo tech, a regulamentação da inteligência artificial deve entrar em pauta no Brasil. Nas finanças, super apps disputarão o dinheiro do cliente. E no varejo, a aposta é na hiperpersonalização para garantir a fidelidade consumidor. Essas são algumas das tendências que definirão o ano de 2024 no Brasil e devem impactar carreiras e negócios. Veja abaixo quais são os demais pontos que merecem atenção e o desenvolvimento de estratégias por parte dos líderes e CEO*.

  1. Especialistas apontam que o caminho ideal passa por aproveitar as informações coletadas e tecnologias como o machine learning para entender hábitos de compra e comportamento do consumidor, oferecer recomendações personalizadas, sugerir produtos e fazer campanhas de marketing.
  2. Enquanto empresas internacionais de comércio eletrônico como Shein e Shopee crescem no Brasil, o varejo nacional avançará na questão da sustentabilidade no próximo ano. Além da preservação do meio ambiente, haverá o objetivo de atrair e fidelizar clientes que levam a sustentabilidade em consideração na hora de comprar um produto.
  3. Com os consumidores brasileiros buscando formas de compra mais sustentáveis e baratas, os tradicionais brechós continuarão a prosperar. Segundo o Google, a busca pela palavra “brechós” cresceu 140% no Brasil em 2023. O número de lojas destinadas a peças de segunda mão cresce tanto em grandes varejistas, que compraram marcas especializadas nesse mercado nos últimos anos, quanto de maneira independente, por meio de comerciantes locais.
  4. Depois da expansão de atacarejos por todo o país, grandes redes de supermercados disputarão espaço — junto com o mercadinho de bairro — no chamado varejo de proximidade, que se refere a lojas localizadas a 15 minutos do comprador. Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Oxxo e Grupo Mateus são alguns dos principais nomes nessa disputa. Para especialistas, esse avanço das grandes empresas nos bairros deve gerar uma disputa pelos melhores pontos e elevar o padrão de qualidade e diversidade de produtos e serviços no varejo de proximidade.
  5. A crise que se espalhou pelo varejo brasileiro em 2023 pegou os shoppings em um momento em que, aos poucos, eles se recuperavam do choque da pandemia. O movimento tem feito os grandes grupos do país acelerarem os planos para ampliar os investimentos em conveniência, serviços e experiência em seus espaços. Os exemplos nesse sentido passam por espaços para pets, consultórios médicos e até campi de faculdades. Essas mudanças estão promovendo o início de uma verdadeira revolução em seu modelo de negócio.

Benito Pedro Vieira Santos – CEO da Avante Assessoria (empresa associada ao Grupo Alliance) – Especialista em Governança Corporativa e Reestruturação Empresarial e Projeções de Mercado.